terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Fases do Cinema- Surrealismo

Cena de A Idade do Ouro.

                Este gênero de cinema é um pouco complicado de discutir, pois é problemático definir quais filmes fariam parte do movimento surrealista e até mesmo o que seria o surrealismo. De modo geral, os filmes surrealistas (que atingiram seu ápice entre o fim da década de 1920 e o começo da década de 1930) procuravam não seguir qualquer norma cinematográfica existente.
                Os roteiros possuíam histórias não lineares e pouco ou nada críveis, os surrealistas buscavam explorar as fronteiras entre sonho e realidade, consciente e inconsciente, buscando chamar a atenção do espectador, embora às vezes algumas cenas sejam de difícil compreensão, não apresentando nenhum sentido explícito.
                Entre as experiências cinematográficas do gênero (como muitos outros movimentos, este teve sua origem na pintura), constam: A Concha e o Pastor (1927) de Germaine Dulac, Um Cão Andaluz (1929) e A Idade do Ouro (1930) de Luiz Buñuel (que é considerado o maior diretor surrealista).
Cena de Um Cão Andaluz.
           Há também alguns filhos do movimento que surgiram em datas ou locais distantes dos em que ocorreu o ápice, e por isso podem ser menos conhecidas, como:  o brasileiro Limite (1931), de Mário Peixoto,  Julieta dos Espíritos (1965), de Federico Fellini, O Discreto Charme da Burguesia (1972) de Buñuel e El Topo (1970) de Alejandro Jodorowsky.
Apesar de não ser um estilo de meu agrado, creio ser importante ver o surrealismo como uma demonstração de que as fronteiras do cinema são inexistentes, e que não há limites para o que pode ser retratado nos filmes, incluindo até os sonhos e fantasias mais mirabolantes.       

5 comentários:

  1. E o 2001 - a Odisséia, entraria em qual estilo?

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  2. Não acho que FC seja um estilo, fase, escola, e sim sub-gênero, tipo suspense, ação, comédia etc. Classificar a escola do filme só como ação, por exemplo, fica estranho, não?

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  3. Fernandes, 2001 é uma ficção científica com acurado rigor científico e enfoque filosófico, ainda q a viagem do protagonista em sua abdução seja psicodélica e o psicodelismo possa ser relacionado ao surrealismo quando consideramos uma arte que nos tire da percepção vigente da realidade.
    Por outro lado, como o Alexandre citou, é difícil classificar o surrealismo no cinema, e hoje há uma quantidade imensa de filmes que exploram o imaginário, o onírico em si, tendo ao menos elementos de linguagem surrealista, como Assassinos por natureza, do Oliver Stone, ou a animação-musical-psicodélica Yellow Submarine dos beatles... vejam q são dois filmes com temáticas opostas, um é pura fantasia outro violência. então não seria mais de forma alguma uma escola ou moviemnto, mas estilo ou gênero presente na obra, como acontece em outras artes hoje.
    Partindo daí, acho q podemos arriscar citar alguns filmes como representantes mais modernos do "gênero" surrealista, sempre misturado a outros gêneros mas com forte identificação onírica em toda a obra: Laranja Mecânica do Kubrick, The Wall do Alan Parker, Brazil do Terry Gillian, Até o fim do mundo do Wenders, e talvez alguns filmes de ficção científica influenciados pela paranóia onírica do escritor Philip K. Dick, como Blade Runner, Cidade das sombras, etc. Também vejo um certo surrealismo, mais poético e no sentido de desconstrução moral, nos filmes do Jim Jarmush, mas vamos esperar o Alexandre chegar nos anos 70/80 pra ver como isso tudo se encaixa... rs
    Alexandre, cheguei no seu blog depois de ver indicação do Gian Danton no facebook e sou assim, qdo leio, gosto (ou não! rs) e to inspirado pra escrever ja vou me metendo. Abraço, segue aí com o blog q tem futuro!!

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  4. ah, vc citou Limite do mario peixoto, e vendo sobre ele lembrei de Nina, e em menor grau o Cheiro do Ralo, ambos do brasileiro Heitor Dhalia...

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