Definir o noir se revela uma
tarefa trabalhosa para os críticos e cinéfilos que o amam, afinal, o termo
“noir” surgiu bem depois, e bem distante de onde ocorreu a produção destes
filmes, que foi por volta da década de 1940, em Hollywood.
Film noir (filme preto/negro
em francês) foi um termo criado por críticos franceses que, privados de acesso
ao cinema hollywoodiano durante a ocupação nazista na 2ª guerra, assistiram com
grande entusiasmo essa remessa quando a guerra acabou.
Pacto de Sangue (Billy Wider, 1944). |
Outros críticos porém, afirmam
que o noir jamais existiu, isto pode até ser verdade, não havia entre os
diretores um pensamento unificado ou uma vanguarda artística de diretores que pregava a estética ou o gênero noir. O
que tais críticos não enxergam é que não se trata de um tom ou de um gênero, se
trata de um fenômeno social (apesar de ser difícil de ser descrito, é verdade).
Os mais ilustres
representantes deste estilo são: Relíquia Macabra (John Huston, 1941), Um
Retrato de Mulher (Fritz Lang, 1944), À Beira do Abismo (Howard Hawks, 1946), e,
o que em minha opinião é o melhor do estilo, Pacto de Sangue (Billy Wilder, 1944).
Alguns elementos técnicos afins que os caracterizam como noir são a narração em
off, uso de flashbacks e iluminação com forte influência do expressionismo alemão,
bastante escura, o que proporciona contraste e destaque às sombras. E ainda
dizem que O Poderoso Chefão foi o primeiro “filme escuro”. No enredo, geralmente o noir envolvia uma
famme fatale (loira fatal), um detetive durão e um contexto repleto de erotismo
e violência.
Chinatown (Polanski,1976), exemplo de filme neo- noir. |
Um dado que ajuda a comprovar
o fenômeno noir é o fado de, algumas décadas depois de seu auge, ter ocorrido
um neo-noir, com filmes como: Chinatown (Polanski, 1974), Veludo Azul (David
Lynch, 1986) e Taxi Driver (Scorsese, 1976). Ou seja, é um estilo muito
versátil que pode o tempo todo ser reinventado e ressurgir, e que instiga o fascínio
do público com seus enredos policiais, sua denúncia à hipocrisia e a corrupção embutida
nos valores sociais, sua problematização da sexualidade, mas principalmente por
conta de seu sarcasmo, muito bem ilustrado na declaração de amor que encerra o
filme Pacto de Sangue.
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