quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Fases do cinema - Filmes Noir

Definir o noir se revela uma tarefa trabalhosa para os críticos e cinéfilos que o amam, afinal, o termo “noir” surgiu bem depois, e bem distante de onde ocorreu a produção destes filmes, que foi por volta da década de 1940, em Hollywood.
Film noir (filme preto/negro em francês) foi um termo criado por críticos franceses que, privados de acesso ao cinema hollywoodiano durante a ocupação nazista na 2ª guerra, assistiram com grande entusiasmo essa remessa quando a guerra acabou.
Pacto de Sangue (Billy Wider, 1944).
Outros críticos porém, afirmam que o noir jamais existiu, isto pode até ser verdade, não havia entre os diretores um pensamento unificado ou uma vanguarda artística de diretores que pregava a estética ou o gênero noir. O que tais críticos não enxergam é que não se trata de um tom ou de um gênero, se trata de um fenômeno social (apesar de ser difícil de ser descrito, é verdade).
Os mais ilustres representantes deste estilo são: Relíquia Macabra (John Huston, 1941), Um Retrato de Mulher (Fritz Lang, 1944), À Beira do Abismo (Howard Hawks, 1946), e, o que em minha opinião é o melhor do estilo, Pacto de Sangue (Billy Wilder, 1944). Alguns elementos técnicos afins que os caracterizam como noir são a narração em off, uso de flashbacks e iluminação com forte influência do expressionismo alemão, bastante escura, o que proporciona contraste e destaque às sombras. E ainda dizem que O Poderoso Chefão foi o primeiro “filme escuro”.  No enredo, geralmente o noir envolvia uma famme fatale (loira fatal), um detetive durão e um contexto repleto de erotismo e violência.  
Chinatown (Polanski,1976), exemplo de filme neo- noir.
Um dado que ajuda a comprovar o fenômeno noir é o fado de, algumas décadas depois de seu auge, ter ocorrido um neo-noir, com filmes como: Chinatown (Polanski, 1974), Veludo Azul (David Lynch, 1986) e Taxi Driver (Scorsese, 1976). Ou seja, é um estilo muito versátil que pode o tempo todo ser reinventado e ressurgir, e que instiga o fascínio do público com seus enredos policiais, sua denúncia à hipocrisia e a corrupção embutida nos valores sociais, sua problematização da sexualidade, mas principalmente por conta de seu sarcasmo, muito bem ilustrado na declaração de amor que encerra o filme Pacto de Sangue.

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