sábado, 28 de janeiro de 2012

Fases do Cinema – Impressionismo Francês


Deve-se destacar esse movimento, pois, apesar de possuir uma certa rivalidade com o expressionismo alemão. Ambos trabalharam rumo a uma mesma direção, o reconhecimento do cinema diante de um publico intelectual, o reconhecimento deste como arte.

O impressionismo foi um estilo de fazer cinema muito popular na França durante toda a década de 1920, ficou muito conhecido por defender o cinema como um meio autônomo, singular, “puro”. Porem adotou da pintura impressionista a presença de um olhar móvel do espaço.  

O Espelho de Três Faces (1927, Jean Epstein)
As principais inovações promovidas por esta vanguarda foram na área da aparência fotográfica. Distorções, montagem acelerada, superexposições e ângulos inovadores estão entre o amplo leque de inovações promovidas pelos impressionistas. Além disso, os filmes dessa época conseguem demonstrar de maneira bem sucedida o universo interior das personagens (como no filme eldorado, 1921, de L’Herbier, através de um efeito de foque e desfoque, consegue mostrar os sentimentos de uma das personagens).
Napoleão (1927, Abel Gance)
            Um amplo numero de diretores franceses aderiram a estética à época, como Louis Delluc, que sugeriu o uso do termo impressionismo, além de dirigir filmes como A inundação (1924). Outro diretor fundamental foi Abel Gance, que pôs em prática vários anseios do movimento, como alguns ângulos revolucionários que podem ser encontrados em Napoleão (1927). Outros diretores importantes são: L’Herbier (Eldorado, 1921), Germaine Dulac (A Sorridente Madame Beudet, 1922) e Jean Epstein (considerado o mais inovador diretor do movimento, por filmes como O espelho de Três Faces, de 1927, que rompe com a estrutura linear das narrativas da época).    
Curiosidade: neste movimento foi provavelmente criada a noção de que o diretor só é verdadeiramente autor do filme quando também é roteirista do mesmo, o que lhe confere mais liberdade de criação.

domingo, 22 de janeiro de 2012

Fases do Cinema - Expressionismo Alemão

Antes de qualquer coisa, é melhor que fique claro do que e trata o expressionismo alemão. Denomina-se expressionista um conjunto de filmes produzidos na Alemanha na década de 1920, fortemente influenciados no aspecto visual expressionismo que se manifestava em outras artes, especialmente a pintura. Este movimento é caracterizado por ressaltar as experiências emocionais do artista, e como na época, a Alemanha vivia um momento difícil (derrota na 1° guerra mundial, crise econômica no país) estes sentimentos geralmente eram pessimistas.
Cena de O Gabinete do Doutor Caligari.
                O filme que iniciou este movimento na 7ª arte foi O Gabinete do Doutor Caligari (1920) de Robert Wiene, que, com sua atmosfera misteriosa e sombria, cenários que pareciam ter saído de um sonho (eram pinturas expressionistas) e seu roteiro imprevisível, revolucionou a forma como o cinema era visto (mais detalhes sobre o filme aqui).
                Caligari deu o pontapé para uma serie de filmes, que tinham como característica a expressividade dos cenários, o tratamento diferente da luz, maquiagem e figurino, além da morbidez dos temas abordados nos filmes.
Cena de Nosferatu: Uma Sinfonia do Horror. 

                Nosferatu: Uma Sinfonia do Horror (1922, F.W.Murnau), O Gabinete das Figuras de Cera (1924, Paul Leni) e Dr. Marbuse: O Jogador (1922, Fritz Lang) são exemplos de produções deste estilo que frequentemente apresentava a impressão de que uma pintura expressionista havia conseguido vida. Também é importante notar que o público passou a olhar para o cinema de forma diferente, pois, como Caligari, os filmes passaram a contar com uma estrutura narrativa mais complexa, que exigia do espectador algum raciocínio para compreender a história.
                Por fim, é interessante citar o ponto de vista de Siegfried Kracauer, autor do Livro De Caligari a Hitler: Uma História Psicológica do Cinema Alemão (1947), em que ele defende que  os filmes refletem a alma de uma nação e que toda a atmosfera negra que envolvia os filmes expressionistas ajudaria a compreender o nazismo e as atrocidades cometidas pela Alemanha durante a Segunda Guerra Mundial. Infelizmente, parece que kracauer estava certo.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Fases do Cinema – Primeiro Cinema

Cenas da chegada do trem na estação dos Irmão Lumière
Apesar das controvérsias, oficialmente a história do cinema começa com a exibição pública de filmes dos irmãos Lumière, em 1895, no Grand Café, em Paris. Daí para a frente, o cinema passou por diversas épocas, fases e escolas. Hoje, analisarei a primeira delas, a fase do primeiro cinema, que vai de sua criação em 1895 até meados da década de 1910.

Essa fase é caracterizada por um cinema dependente de outras atrações, como bares, circos vaudeviles (algo como casa de shows), etc.  Além disso, a linguagem cinematográfica era muito primitiva, não havia roteiros com histórias complexas, a maioria das histórias eram perseguições ou piadas curtas, ou então imagens cotidianas como um trem chegando na estação;  a câmera geralmente era posicionada longe da situação filmada e não havia muita noção de linearidade.

Mas aos  poucos a linguagem cinematográfica foi se desenvolvendo. Realizadores como D.W. Griffith (um dos entusiastas da montagem paralela/alternada, em que a narrativa mostra diferentes situações simultâneas, e realizador de filme como O Nascimento de Uma Nação) ajudaram nesse progresso. Além disso, cineastas futuramente consagrados estrearam nesse período, como Charles Chaplin.
D.W. Griffith
 Por volta do final da década de 1910, o cinema já havia desenvolvido um certo código próprio e deixou de ser dependente de outras atrações, passou a ser a atração em si com o surgimento das primeiras casas de exibição. Porém, ainda faltava ao cinema algo mais, à época, o cinema ainda não possuía o status de arte, este só seria alcançado na fase seguinte do cinema, o expressionismo alemão.